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[CHICA DA SILVA]
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Foi uma escrava brasileira
alforriada que ficou famosa pelo poder que exerceu no arraial do Tijuco, hoje a
cidade mineira de Diamantina. Manteve uma relação de concubinato com o
contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira.
Francisca da Silva nasceu no
Arraial do Tijuco, atual cidade de Diamantina, Minas Gerais, na época em que o
Brasil tornou-se grande produtor de diamantes.
Filha do português, capitão das
ordenanças, Antônio Caetano de Sá e da africana Maria da Costa, foi escrava de
um proprietário de lavras, o sargento-mor Manoel Pires Sardinha, com quem teve
um filho chamado Simão Pires Sardinha, alforriado pelo pai, recebeu seus bens
em testamento.
Alforria e Luxo
Com 22 anos, Chica da Silva foi
comprada pelo rico desembargador João Fernandes de Oliveira, contratador de
diamantes, que chegou ao Arraial do Tijuco, em 1753.
Depois de alforriada, passou a
viver com o contratador, mesmo sem matrimônio oficial. Chica da Silva passou a
ser chamada oficialmente Francisca da Silva de Oliveira. O casal teve 13 filhos
e todos receberam o sobrenome do pai e boa educação.
Chica da Silva, mulata, frívola,
prepotente, impôs-se de tal forma, que o rico português atendia a todos os seus
caprichos. O maior deles, como não conhecia o mar, pediu ao marido para
construir um açude, onde lançou um navio com velas, mastros, igual às grandes
embarcações.
Chica da Silva vivia em uma
magnífica casa, construída nas encostas da serra de São Francisco, onde
promovia bailes e representações.
Era dona de vários escravos que
cuidavam das tarefas domésticas de sua casa. Só ia à Igreja ricamente vestida e
coberta de joias, seguida por doze acompanhantes. Consta que muitas pessoas se
curvavam à sua passagem e lhe beijavam as mãos.
Fim da União
João Fernandes de Oliveira foi
acusado de contrabandear diamantes, chegou a ser preso e perdeu parte de seus
bens. Mesmo assim, possuía uma das maiores fortunas do Império Português.
A união do casal que durava 15
anos, foi interrompida em 1770, quando João Fernandes retornou a Portugal,
depois da morte de seu pai a fim de resolver questões de herança familiar,
levando com ele os quatro filhos homens que teve com Chica da Silva. Lá, adquiriram
educação superior e alcançaram cargos importantes na administração do reino.
Chica da Silva ficou no Brasil
com as filhas e a posse das propriedades do marido, o que lhe permitiu
continuar vivendo no luxo. Suas filhas estudaram prendas domésticas e música.
Mesmo sem viver com João
Fernandes pelo resto de sua vida, Chica da Silva conseguiu distinção social e
respeito na sociedade elitista de Minas Gerais, no século XVIII.
Chica da Silva convivia com a
elite branca local. Em seu testamento, doou parte de seus bens às irmandades
religiosas do Carmo e de São Francisco, que eram exclusivas de brancos, e às
das Mercês, exclusivas dos mestiços e a do Rosário dos Pretos, que eram
reservadas aos negros.
Chica da Silva faleceu em Serro
Frio, Minas Gerais, no dia 15 de fevereiro de 1796. Foi sepultada na irmandade
religiosa de São Francisco de Assis, exclusiva dos brancos.
Texto e imagem do faceBook.
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