A notícia agitou os meios pacatos da cidade e foi assunto dominante em todas as rodas. As hipóteses mais diversas foram aventadas: retirada estratégica, crime, discos voadores, inventos atômicos, sonhos ou arte do tinhoso. Menino conta a história. Segunda feira, dia 20, pelas 6 quando saía do seu casebre situado entre Duas Pontes e Cristais, distante poucos quilômetros de Diamantina, notou no terreiro, bem perto da porta, duas bolas achatadas, uma toda preta e outra listada de preto e branco. Chamou o pai e este ao se aproximar dos estranhos objetos, teria sido arrebatado em meio a um turbilhão de poeira, desaparecendo para sempre. Esta história foi contada várias vezes pelo menino á inúmeras pessoas, sempre com firmeza e “alta-fidelidade”. E muita gente se impressionou com a seriedade daquela criança de 13 anos. A Polícia, como era natural, se movimentou e fez várias investigações no local e proximidade. Interrogou o menino e... nada. Jornalistas de Belo Horizonte vieram ás pressas em busca de novidades. Publicaram o que ouviram e mais alguma coisa. Afinal Terça feira passada, diante dos homens da Tv Belo Horizonte, resolveu o menino dar outra versão á história. O seu pai estaria correndo perigo de vida, E ele saiu para pedir auxílio ás autoridades, no caminho resolveu voltar á sua casa e não encontrando mais o pai, resolveu inventar o “caso das bolas”, temendo que “judiassem com ele”. Até o presente momento, quando escrevemos esta reportagem, a única coisa certa e positiva é o desaparecimento de Rivalino Mafra da Silva. Em ocasiões como esta surgem boatos e mais boatos. E muita gente começa a ver bolas e discos onde ás
Imagem da internet- Tropeiros no Mercado Velho de Diamantina
vezes existem apenas estrelas e queimadas. A Polícia acha-se empenhada em esclarecer o caso e talvez ponha um ponto final ao conto da Carochinha. Em vista de publicações feitas por jornais da capital, que afirmaram ter o nosso Cura da Catedral e o Sr. Antônio Rocha visto os estranhos objetos nos céus diamantinenses, fomos procurados pelos mesmos para um desmentido. O Revmo. Cura da Catedral passou ao “Diário de Minas” o telegrama que abaixo publicamos: Romeu França Praça Raul Soares 332 Belo Horizonte M.G. Peço caro amigo fazer chegar ilustres diretores Diário de Minas meu protesto contra informação repórteres Fernando Remo Adriano Figueiras, relatando edição ontem ter eu confirmado presença de objetos estanhos no céu de Diamantina. Pt. Nunca vi nem creio na existência de discos Voadores. Pt. Sobre fatos ocorridos em Diamantina apenas afirmei ser caso de polícia. Gratos abraços Cônego Garcia. Voz de Diamantina, Garimpeiro raptado por Discos Voadores, p. 1, ano LVI, nº 46, Dtna, 2 de setembro de 1962.
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