VEM AÍ: DESAFINADO – INFO 2
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Para comemoração do IV centenário do Rio de Janeiro, a prefeitura lançou
um concurso, exigindo que os projetos de ornamentação da cidade para o carnaval
de 1965 se inspirassem em temas históricos ou culturais que fizessem referência
à cidade maravilhosa.
Entre os 17 projetos apresentados, o vencedor foi “Rio Antigo”,
inspirado na obra do pintor francês Jean Baptiste Debret, cujo acervo
estabelecido no Brasil ficava na biblioteca da Escola de Belas Artes.
A equipe vencedora era composta pelos artistas plásticos Adir Botelho,
Fernando Nicola Santoro e o diamantinense David Ribeiro de Alcântara,
pertencentes aos quadros da Escola de Belas Artes. Contava, ainda, com José
Teixeira Neves e Alexandre Eulálio Pimenta da Cunha, como consultores
históricos, e Aécio Ronald Gomes da Costa, como consultor técnico, todos três
também diamantinenses.
A realização dessa ornamentação transformou-se no grande salto da
carreira de David Ribeiro. Mas esse voo espetacular teve início a partir de uma
exposição realizada nas dependências do Hotel Tijuco, em 1960. Era composta por
quadros do artista, que retratavam paisagens de Diamantina e de Ouro Preto.
Essa exposição marcou a reedição da Arcádia – Associação Renovadora,
Cultural e Artística Diamantinense, um clube cultural instalado em 17 de julho
de 1910, apenas com a finalidade de realizar palestras literárias quinzenais e
organizar concertos musicais esporádicos naquele tempo. Esse evento constituiu
a base para a exposição que David Ribeiro faria durante o mês de junho daquele
ano, na Escola de Belas Artes do Rio, a partir da qual o artista começou a se
projetar no cenário nacional.
Na mesma época, despontava no cenário nacional o carioca/diamantinense
David Eulálio Neves. Descendente dos Neves e dos Eulálios, duas famílias
tradicionalíssimas de Diamantina, David Neves, filho do general de Exército
Luiz Neves e de Dona Alayde Eulálio, nasceu no Rio, mas teve sua vida inteira
ligada a Diamantina. Começou a se destacar como um dos grandes expoentes do
Cinema Novo, exatamente em meados da década de 1960 também.
Foi poeta, músico, pintor, desenhista, fotógrafo, crítico,
documentarista e cineasta. Ocupou uma diversidade de funções por trás das
câmeras e foi técnico em todas as áreas do cinema. Glauber Rocha, que chamou
David Neves de o “Embaixador do Cinema Novo”, declarou que ele teve grande
importância estratégica para o movimento do cinema brasileiro.
David Neves foi diretor de sete filmes longas-metragem, quatro
curtas-metragens e codiretor de dez documentários sobre escritores brasileiros
consagrados. Como falava inglês, francês e italiano, cumpriu o papel de
promover o cinema brasileiro na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina.
Seu nome figura entre os mais consagrados diretores do Cinema Novo no Brasil.
Dois Davis, dois artistas sensacionais que marcaram época e
engrandeceram de forma notável o nome de Diamantina. David Ribeiro ornamentou
as ruas do Rio de Janeiro para o carnaval durante duas décadas. Um
diamantinense que dava um brilho espetacular à cidade que realiza,
possivelmente, a maior festa popular do mundo.
David Ribeiro faleceu na noite de 26 de julho de 1987, num acidente que
vitimou o ônibus que levava os diamantinenses de volta para o Rio de Janeiro.
Contabilizaram-se 59 mortos entre os dois ônibus que se chocaram. Os
diamantinenses haviam participado do baile “Anos Dourados” realizado na noite
anterior, no Clube Acayaca em Diamantina.
Foi a partir daquele baile que me aproximei de maneira mais contumaz de
Fabiano Geraldo Pimenta e passei a frequentar sua casa mais amiúde. E foi ali,
na sala da casa da Rua Herculano Pena nº 3, que Fabiano me contou que João
Gilberto do Prado Pereira de Oliveira havia morado em Diamantina. Fiquei
perplexo.
Acervo: Fernando Santoro
Ornamentação da Rua Presidente Vargas
Facebook - internet - Wander da Conceição - postado dia 20 de abril
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