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sexta-feira, 10 de abril de 2020

O eclipse e o ovo -crônica


Foi exposto na redação de um jornal de Bonsucesso, (Minas) um ovo de galinha posto no dia do eclipse. O ovo traz estampado, em relevo, o sol com os seus raios e, colocada em frente á luz, deixa ver a lua. O ovo-fenômeno tem sido admirado.
           Na hora certa do eclipse
            A galinha olhou p’ra cima:
            E depois lá estão no ovo
            O sol e as marcas do clima...
            O fato é digno de nota,
            Extraordinário até:
            Primeira vez que se tira
            Um retrato em... marcha-ré!...
            Em uma das últimas sessões teatrais havidas no Cine Trianon, foi preciso que se abreviasse o drama por causa da algazarra e indisciplina de garotos deseducados.
            Nos dramas que aqui se levam
            Tomam parte a molecada:
            Fala alto, dá palpite,
            Assovia e diz piada...
            Tal celêuma até pertuba
            Os diálogos e o enrêdo:
          E por causa desses “zinhos”
            O teatro acaba cedo...
            Lamentável certamente
            É mesmo digno de dó
            O fato de tanta gente
            Merecer o xilindró.
            Quando é que esses moleques
            Afinal se emendarão?
-          Ao serem mais vigiados,
Recebendo educação.
            Diamantina esteve por várias noites com as suas ruas sem iluminação elétrica. Uns disseram que foi por falta de certa peça na usina, ao passo que outros afirmaram que a Hulha Branca cortou a luz das ruas em sinal de protesto pelo atraso de pagamento da Prefeitura Municipal  - de cujos cofres aquela Companhia não vê um vintém há muitos meses...
            A Hulha Branca parece
            Que este programa se traça:
            “Quem, fiado, quer ter luz
            Fique no escuro... de graça!”
            A Hulha está esperando
            Peça para a maquinaria:
            Mas também do pagamento
            Quer a peça... monetária...
EX-PÊTO. A Estrela Polar, Alfinetadas, 1947




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