Crônica sobre a cidade
Em Diamantina,
quem tem notado, que tudo está virando coió sem sorte? Nem um coreto mais, onde
uma das bandas possa fazer uma retreta. —E o celebre bolo d'arroz, quem se
lembra? Desde que o galo do Amparo deixou de girar, não cantou mais, tudo, por
isso, mundou; a Capital vai sendo o refúgio...
Alguns, raramente, depois da cabeça quebrada, voltam ao ninho mater...
Em Diamantina, precisa-se sacudir muita coisa,
revolvamos ao saudoso passado. Um dramazinho daqueles inteligentes amadores, ao
menos para matar a saudade.
Em Diamantina,
como em toda parte, o mês de Agosto já vai pelo meio, muito frio; mas agora,
nos veio ele pela moderna onda. Hoje, o frio vem pela onda, antigamente, o
resfriado não era gripe, mas sim influenza. Até menino branco e rico, quem nos
traz pelo bico, não é a cegonha?
Em Diamantina,
há muito tempo, que os tradicionais mastros sobem com luz elétrica. Mas, este
ano, os srs. mordomos das Mercês tiveram que recorrer as fogueiras de canela
(combustível), porque a cidade estava escura.
Pilus, Voz de
Diamantina, 1948, nº 39. Diamantina
Nenhum comentário:
Postar um comentário