Graça a Revolução do Porto deu a coragem do
povo do Arraial do Tejuco a se libertar.
Queima do livro da
Capa Verde
Erick Johan ns de Meira
Revolução
Constitucional Em 21 de agosto de 1820 rompeu no Porto, em Portugal, uma
revolução constitucional, aceita por Lisboa em 15 de setembro e que se propagou
por todo o reino. O grito revolucionário rápido atravessou o Atlântico e foi
repercutindo nos sertões do Brasil. Foi o Tijuco, onde, primeiro que em
qualquer outra parte da Província de Minas Gerais, seus habitantes não puderam
conter os movimentos de seus corações, logo que lhes chegou a notícia das
disposições em que se achavam seus irmãos baianos, que se propunham a seguir a
marcha dos gloriosos movimentos do Porto e de Lisboa. Vede meus irmãos, a
liberdade marcha de norte a sul. Em Portugal a Revolução estalou primeiro no
Porto; no Brasil ela estourou na Bahia; e em Minas Gerais, neste Arraial
situado a 50 léguas ao norte de Vila Rica não pôde conter o sofrimento e dilatar por mais
tempo a satisfação; esperando o exemplo da capital. Logo que os seus habitantes
foram certificados que a Bahia tinha adotado o sistema constitucional, animados
com este sucesso, e sobretudo não podendo suportar mais o peso de suas cadeias,
deixaram de ser aqueles homens tímidos, que, duvidavam antes que o milagre da
regeneração política pudesse ser operado. Desde então este memorável
acontecimento foi o objetivo de suas conversações. As ideias liberais, o gravame do Livro da Capa
Verde e as passadas desgraças, tudo se apresentava diante de seus olhos com as
mais vivas cores, que lhes sugeriam ódio e o entusiasmo.
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Foto do acervo Zé da Sé - retirado da internet -
Este movimento
foi o primeiro passo para a liberdade do
Tijuco. As pessoas do Arraial do Tejuco encorajaram e aproveitaram para invadir
a Intendência Real e queimando o Livro da Capa Verde em praça pública, que era
o terror dos moradores dessa Demarcação, onde ninguém entrava e saía sem a
ordem do rei ou do intendente. Com a queima do livro da Capa Verde se deu o
processo de abertura no Arraial do Tejuco colocando o fim do despotismo, dos
abusos dos intendentes e fiscais que, além do excesso dos abusos como as
condenações, expulsões, degredos, as pessoas e famílias passavam pelas
humilhações no qual era confiscado os seus bens e colocados em praça pública,
onde saiam somente com a roupa do corpo pela acusação de contrabandistas. Encerrava
esse processo despótico de vexames, humilhações físicas e morais. A população
do Tejuco tinha muito a comemorar e por isso foram ás ruas em festas por três
dias seguidos, “O Distrito do Terror”, ficava para trás. E assim iniciou um
novo processo na Demarcação Diamantino com o fim dos abusos despóticos e
autoritários, logo depois menos de um ano se deu a Independência no Brasil.
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