Diamantina e suas Histórias : Vem aí - Desafinado - Info 1 - Na mineiridade diamantina, as raízes da bossa nova

VEM AÍ: DESAFINADO – INFO 1 No acender das luzes do século XVIII, os colonizadores que haviam tomado por rota a Cordilheira do Espinhaço partiram da Vila do Príncipe do Serro do Frio em direção noroeste. Tinham o pico do Itambé como guia para novas incursões em busca de ouro. Estacaram em um local onde havia um vasto tremedal que se espraiava pelas margens da confluência de três córregos, cujas águas, ao se unificarem, formavam um fluxo que escoava circundando a encosta oriental de um monte à esquerda. Deram ao primeiro córrego o nome de Rio Grande, que, a partir de sua nascente, escorria pelas fraldas de um paredão que se apresentava à direita. O segundo córrego, que nascia no mesmo paredão, porém em direção mais frontal, próximo à conjunção do paredão com o monte, recebeu o nome de São Francisco (passa atualmente pela Rua Quatro Vinténs). O terceiro córrego, do lado esquerdo, descia pela encosta oriental do monte. Deram a esse córrego o nome de Tijuco, vocábulo que na linguagem indígena quer dizer “lama”, a matéria- prima em que se constituía aquele imenso tremedal. (córrego atualmente canalizado). Como o ouro brotou em abundância, resolveram fixar-se no local, formando rapidamente um pequeno povoado. Deram ao monte o nome de Morro de Santo Antônio de Lisboa e ao paredão da direita o nome de Serra de São Francisco de Assis, os dois santos de devoção daquele grupo de colonizadores, como era da tradição portuguesa. Sobre a encosta oriental do Morro de Santo Antônio, começaram a ser construídas pequenas palhoças, ou ranchinhos de sapé, que formaram a primeira rua, denominada Burgalhau. (Segundo Aires da Mata Machado Filho, nome que se dá aos seixos angulosos de quartzo com 4 a 5 polegadas de espessura). Nascia ali o Arraial do Tijuco, que se transformaria na cidade de Diamantina no século XIX.