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terça-feira, 28 de junho de 2022

GLAMOUR DOS ANOS DOURADOS

 

Wander Conceição

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VEM AÍ: DESAFINADO – INFO 23 – GLAMOUR DOS ANOS DOURADOS

Em 1952, senador da República eleito pelo Estado da Paraíba, Assis Chateaubriand resolveu divulgar, na França, o tecido de algodão brasileiro, praticamente desconhecido na Europa. Espelhara-se no desfile beneficente, ocorrido no ano anterior, com vestidos da Fábrica de Tecidos Bangu, realizado no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. O evento foi promovido por Candinha Silveira, esposa de Joaquim Guilherme da Silveira, diretor-geral da fábrica. O sucesso do desfile havia aumentado o prestígio dos produtos daquela fábrica no Brasil e ajudado a popularizar o uso do tecido de algodão.

Chateaubriand expôs seu propósito ao estilista Jacques Fath, um dos mais destacados nomes da alta-costura francesa, que se encantou com a ideia. Jacques desenhou diversos vestidos de gala, que foram confeccionados com tecidos de algodão da Fábrica Bangu, para mulheres pertencentes à alta sociedade do Rio de Janeiro e de São Paulo. Elas seguiram para a França, onde participaram de uma festa realizada no Castelo de Coberville, localizado nas imediações de Paris, acontecimento que contou com a presença de convidados importantes da Europa e de vários astros de Hollywood, repercutindo nos principais jornais e revistas franceses.


Diante do sucesso do evento, Jacques Fath gostou imensamente do trabalho e resolveu seguir para o Rio de Janeiro, onde desenhou vestidos que foram confeccionados com tecidos de algodão da Fábrica Bangu, especificamente para novo desfile promovido no Copacabana Palace. Logo em seguida, o Desfile Bangu se repetiu em São Paulo, Salvador e se espalhou por outras capitais do Brasil. Surgiram, assim, os concursos nacionais “Miss Elegante Bangu”, sempre realizados no Copacabana Palace, anualmente, transmitidos ao vivo pela Rádio Nacional, com grande cobertura da imprensa. Em Belo Horizonte, o Desfile Bangu era realizado no salão de gala do Automóvel Clube.

Em meados daquela década, Mário Ângelo de Miranda, diretor social do Clube Acayaca, sempre passava férias no Rio de Janeiro, em casa de amigos. Atento às novidades de mercado, como lhe era peculiar, viu as reportagens sobre o famoso desfile. Enviou um ofício do Clube Acayaca para a organização do evento, solicitando a colocação de Diamantina no roteiro. Foi prontamente atendido. Passaram a enviar para o Clube Acayaca os tecidos Bangu e os modelos dos vestidos, desenhados pelo famoso estilista carioca, José Ronaldo. Mário Ângelo escolhia as moças consideradas mais bonitas e elegantes da sociedade local, grande parte delas pertencente ao famoso “Grupo das Aflitas”, a quem repassava tecido e modelo. Depois, ele seguia para Belo Horizonte, onde comprava os detalhes dos modelos, sapatos e luvas. Tomadas essas providências, acontecia o desfile no Clube Acayaca, com a eleição da “Miss Elegante Bangu” diamantinense.

Foto: Desfile Bangu no Clube Acayaca

Giselma Pádua eleita Miss Elegante Bangu

Acervo: Mário Ângelo de Miranda

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