Acervo de Laécio Lages
A festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos incorpora um rei e uma rainha negra representando a realeza das tribos africanas. Na senzala, nos quilombos este rei representava o poder diante dos negros. Durante o seu reinado que durava um ano este rei intermediava, negociava e tentava amenizar o sofrimento dos negros diante das autoridades e dos seus senhores que muitas vezes reagiam de formas violentas contra o seu trabalhador desde de um simples delito ou nas faltas de obrigações.
Na brecha que foi aberto aos afros na constituição das irmandades católicas sob a guarda da igreja, o negro escolhia o seu santo ou santa, daí surgiam as irmandades na própria paróquia. Debaixo do manto dos oráculos católicos o sincretismo funcionava numa forma de proteção aos negros e esses incorporavam na festa do seu santo ou da irmandade levando todo o esplendor e a riqueza da sua cultura para o cortejo nas ruas. Nos dias da festa o batuque, o congado, moçambique, marujada, catopês, etc saíam a rua rufando os seus tambores e instrumentos musicais lembrando a África e prestando homenagens ao santo também com as danças e cantorias.
Encontro dos Reisados apresentando no 44º Festival de Inverno em Diamantina-MG, saudações a Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
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